Nos últimos anos temos acompanhado uma grande crise
global que se iniciou desde 2008 até então, forçando os governantes a tomar
várias medidas enérgicas afetando o crescimento dos principais mercados e a
vida de todos.
Porem em tempos de crise, a diferença entre os
gastadores e os investidores ficam ainda mais evidente. Em tempos difíceis os
gastadores geralmente endividados ficam ainda mais apertados e em sua grande
maioria acabam contraindo mais dívidas, já os investidores aproveitam a baixa
dos preços em muitos mercados para crescer ainda mais. Afinal, "em tempos
de crise uns choram e outros vendem lenços para os que choram" .
A crise que estamos sofrendo atualmente não é a
primeira e nem a ultima pelo qual iremos passar pois isto é inevitável, porem
de certa forma acaba sendo saudável para o mercado, mesmo que muitas pessoas
(gastadores) tenham que sofrer com isso, pois as crises evidenciam ainda mais
as pessoas e empresas mal planejadas , endividadas e com problemas de caixa.
1929-
"The Big Crash" — Crise econômica mundial dos anos 1930 foi precipitada
pela queda dos preços de produtos do mercado agrícola nos Estados Unidos. A
bolha estourou em 29 de outubro de 1929 quando, após três meses de quedas
consecutivas da produção e dos preços, foram vendidas de uma vez só 16 milhões
de ações, o que afundou a Bolsa de Nova York.
1944
— Após a Segunda Guerra Mundial, a comunidade internacional
realiza uma conferência monetária e financeira patrocinada pelas Nações Unidas,
da qual surgiram os acordos de Bretton Woods, que determinaram as regras para
as relações comerciais e financeiras entre os países mais industrializados do
mundo. Também foi criado o Banco Mundial (BM) e do Fundo Monetário
Internacional (FMI), assim como o uso do dólar como moeda de referência
internacional.
1971- "O fim do padrão ouro".
1973-
"Embargo do petróleo durante a guerra Árabe-Israelense" — O
corte de fornecimento dos países da Organização dos Países Exportadores de
Petróleo (Opep) no chamado primeiro choque do petróleo, durante a Guerra do Yom
Kippur, provocou um aumento de US$ 2,50 a US$ 11,50 em 1974, provocando uma
forte crise nos países mais industrializados.
1979-
"A Revolução Iraniana" — A derrubada do Xá Mohammad Reza
Pahlevi e a instauração da República Islâmica no Irã provocou o segundo choque
do petróleo, e um novo colapso internacional. A crise afetou principalmente os
países em desenvolvimento, que, junto ao aumento de preço que tinham que pagar
pela commodity e pela inflação, tiveram que enfrentar um ciclo de crise
financeira por sua elevada dívida externa.
1980-
"Iraque invade Irã" — No final do ano, o petróleo
alcança novos preços recordes, de US$ 40 o barril, uma taxa que não tinha sido
superada em dez anos.
1987-
"Segunda-feira Negra" — Milhões de investidores ao mesmo
tempo começaram a vender suas ações na Bolsa de Nova York devido à crença
generalizada da manipulação de informação privilegiada e à aquisição de
empresas com dinheiro procedentes de empréstimos. O Dow Jones, então, desabou 22,6%
de perdas em um único dia no qual superou as sucessivas baixas provocadas pela
Grande Depressão, e que arrastou as bolsas europeias e japonesas.
1997-
"Crise do mercado asiático" — Em julho, a
moeda tailandesa se desvalorizou, e, após ela, caíram as da Malásia, Indonésia
e Filipinas, o que repercutiu também em Taiwan, Hong Kong e Coréia do Sul. Seu
efeito arrastou o resto das economias e esta crise, que em um primeiro momento
parecia ser regional, acabou se convertendo na primeira crise global.
1998-
"Crise do rublo" — O sistema bancário nacional da
Rússia entrou em colapso, com uma suspensão parcial de pagamentos
internacionais, a desvalorização da moeda russa e o congelamento dos depósitos
em moeda estrangeira.
2000-
"Crise das .Com" — Os excessos da nova economia
deixaram uma esteira de falências, fechamentos, compras e fusões no setor da
internet e das telecomunicações e um grande buraco nas contas das empresas de
capital risco.
Em 10 de março, o principal índice do Nasdaq, máximo
expoente da "nova economia" e do sucesso das empresas de tecnologia,
fechou em 5.048,62 pontos, seu recorde histórico. Em apenas três anos a crise
apagou do mapa quase cinco mil companhias e algumas das grandes corporações de
telecomunicações foram protagonistas dos maiores escândalos contábeis da
história.
2001-
"11 de Setembro" — Os atentados de 11 de setembro
de 2001 contra as Torres Gêmeas em Nova York e o Pentágono em Washington fizeram
desabar as bolsas. O Nikkei caiu mais de 6% e as bolsas europeias tiveram
fortes quedas que levaram os investidores a buscar abrigo no ouro e nos bônus
do Tesouro americano.
2008
“Subprime” — A crise financeira originada nos EUA em consequência
das hipotecas nocivas ("subprime") concedidas sem garantias a
milhares de cidadãos acaba com os grandes gigantes financeiros do país e seu
contágio se estende a todo o mundo e afeta as economias reais, causando a crise
mais grave desde os anos 1930.
2011-
“Operação Salva-vidas” - Para evitar que esses bancos quebrassem e houvesse um
possível dano maior à economia mundial, os governos realizaram uma operação de
resgate, injetando recursos públicos nas instituições bancárias. O dinheiro
público usado para salvar os bancos foi o principal motivo do alto
endividamento atual dos governos. Com a "operação salva-vidas" dos
bancos, os governos apostavam que a economia de seus Estados voltaria a se
recuperar. Porém, a economia não cresceu na velocidade que se esperava. Com
isso, o "remédio" do salvamento dos bancos surtiu apenas seu efeito
colateral, mas não resolveu o problema em si.
2012
- “Crise do Euro” – Após o endividamento exagerado por parte dos
governos, inicia-se o a crise do Euro, enfraquecimento da união europeia,
levando vários países importantes do grupo praticamente a falência. Sendo
necessária a tomada de várias medidas de austeridades por parte dos governantes,
assim como cortes de cursos e desemprego em larga escala.
Já passamos por vários períodos de crise global como a
grande depressão onde inúmeras empresas quebraram e vários investidores
aproveitaram essas oportunidades para comprar essas empresas e reergue-las após
a depressão. Assim como a bolha das ponto.COM, quebra das empresas de
tecnologia que acabaram afetando não só empresas virtuais como vários outros
mercados, propiciando a compra de ações de várias empresas sólidas a preços
baixos. Outro exemplo recente foi a bolha imobiliária em 2008 (subprime) que
espalhou papel podre por todo o globo gerando oportunidades de compra de imóveis
a preços simbólicos, proporcionando grandes ganhos.
Os gastadores e os investidores possuem mentalidades
bem diferentes, pois os gastadores procuram diminuir seus gastos geralmente cortando
supérfluos e diminuindo alguns gastos elementares já que as dívidas não podem
ser cortadas aguardando o fim da tempestade. Já os investidores encaram estes
momentos como oportunidades de sair às compras e aumentar ainda mais seu
patrimônio, ou seja, em vez de cortar gastos eles buscam novas formas de ganhar
dinheiro.
Buscam investimentos, empresas, bens, imóveis,
negócios, ações que possam comprar a preços baixos e após a crise vende-las a
preços mais atraentes justamente para os gastadores que seduzidos pela alta do
mercado, acabam comprando estes empreendimentos achando que estão fazendo um
bom negócio.
Realizada uma análise do gráfico IBOV abaixo
observamos os efeitos das ultimas grandes crises ocorridas e percebemos que do
ponto de vista de investimentos a oscilação dos preços das ações (ou outros
negócios) acabam sendo saudáveis para o mercado, pois torna possível a
realização de negócios a preços baixos. Veja que sempre após o fim da crise o
mercado tende a voltar para seu preço justo, já que as empresas saudáveis com boa
governança e baixo endividamento continuam funcionando e gerando lucros. Acabam
voltando para a cotação correta, gerando grandes ganhos para os investidores e prejuízos
para a manada.
Na crise de 2008 onde o mercado teve uma queda de
aproximadamente 40.000 pontos, inúmeras empresas passaram da noite para o dia a
valer centavos e como vemos no gráfico acabaram voltando a seu patamar original
um ano depois, isso significa que muito investidores aproveitaram este período
para dobrar seu patrimônio, o mesmo ocorrendo nas crises de 2011 e agora na “Crise
de Euro”.
Portanto procure mais informações sobre essas oscilações
do mercado, evite o efeito manada, procure entrar quando todos estão
saindo e sair quando todos estão entrando, assim como um surfista que espera
pela melhor onda para surfar. Aproveite a grande onda da crise para começar a
remar e quando o mercado reagir você estará por cima da onda surfando enquanto
os outros tentam não se afogar.
Este tipo de mentalidade não se aplica somente a megainvestidores
mas também aos pequenos investidores que buscam rentabilizar seu patrimônio da
melhor forma. Porem de nada adianta se você não seguir seu plano de
investimentos (curto, médio e longo prazo) como planejado.
Lembre-se que o mercado está constantemente mudando, então
sempre avalie o desempenho de seus investimentos e se necessário efetue
alterações, não fique sentado em cima de seus investimentos esperando que um
dia eles melhorem, pois esse dia pode não chegar.
Portanto não perca tempo e comece a remar em busca da
próxima onda (crise).