terça-feira, 24 de setembro de 2013

Oniomania ou Transtorno do consumo compulsivo (2/2)

Continuando com o tema Oniomania, segue abaixo mais informações sobre este assunto e como tratá-lo.

Crença

Muitas pessoas com sintomas depressivos ou depressão propriamente dita, associam compras com melhora no humor, ânimo ou disposição e desenvolvem compulsão não apenas pelo prazer ou desejo de adquirir o objeto em si, mas também, por serem bem tratadas pelos atendentes, pelo ambiente agradável das lojas e shoppings diminuindo mesmo que por um breve momento carências pessoais e afetivas. Muitos justificam esses comportamentos desmedidos, com pensamentos e crenças do tipo: “Eu mereço.” ou “Eu preciso”, julgando-se merecedora de recompensas materiais por trabalhar longas jornadas, por ser boa mãe, esposa, empresário ou executivo bem-sucedido, usando-as como fuga.

"As mulheres são “coletoras” desde a era das cavernas. Ela tem um papel social e até genético que a define como sendo a pessoa que busca elementos necessários para suprir a família e os trás para casa.  Até hoje, em nosso mundo moderno, a mulher é normalmente a responsável pela compra dos alimentos, das roupas das crianças e até acompanha o marido em suas compras pessoais. Talvez seja este papel que facilite, dando uma certa autorização para ir as compras."



Mídia
Há várias discussões a respeito do tema, entre elas o tipo de influência que as empresas, por meio da propaganda e da publicidade, bem como a cultura industrial, por meio da TV e do cinema, exercem nas pessoas. Muitos alegam que elas induzem ao consumo desnecessário, sendo este um fruto do capitalismo e um fenômeno da sociedade atual. (fonte: Wikipedia)

A sociedade também é responsável pela manifestação e manutenção desse transtorno, por reforçar a ideia de que o ter é mais importante que o ser; por priorizar o consumo e a posse de bens materiais e relegar as relações afetivas e o conhecimento a um plano secundário. A mensagem amplamente difundida através de órgãos publicitários e conversas informais de que um determinado bem tornará o homem feliz, mais respeitado e melhor aceito, atinge a mentalidade de pessoas com pouca ou nenhuma compreensão dos verdadeiros valores sociais e morais levando-as ao desespero, conflitos familiares e sociais dos mais diversos níveis de gravidade. 

É comum assistirmos a filmes, seriados e novelas onde pessoas ricas vão ao shopping para fazer compras para aliviar suas tensões, onde é chic poder gastar desenfreadamente e ter uma guarda roupas lotado de produto que nem sabe que existe, escutar musicas sobre cantores exibindo carrões, joias e mulheres bonitas, as chamadas musicas de apologia a ostentação onde o melhor é quem gasta mais. Somos bombardeados diariamente em tvs, rádios, outdoors, folhetos através de campanhas de marketing cujo único objetivo é estimular cada vez mais o consumo. Na verdade todos nós somos sugestionáveis, por que às vezes nos deixamos levar pelo consumos exagerado. O importante é sempre nos vigiarmos para que não deixemos o externo controlar nossos comportamentos, e sim para que nós mesmos consigamos controlá-lo. Nós devemos controlar nossa mente e não nossa mente nos controlar. 

Crédito facilitado
Os apelos comerciais através do aumento do número de parcelas e prazo de entrada; ofertas e liquidações; promoções de coquetéis; frequentes abordagens (ligações, envios de catálogos, e-mails, cartões de descontos em aniversários) aumentam as vendas e os riscos de inadimplência, fazendo com que pessoas que já possuem esse tipo de tendência ao consumo seja atraídas como ímã. O crédito facilitado ao contrario do que parece é extremamente prejudicial a vida das pessoas, gerando um enorme prejuízo financeiros (dívidas) e em consequência disso danos psicológicos.     

 O poder das instituições financeiras diante dos super-endividados tem sido questionado pela Justiça. Em duas sentenças inéditas, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro condenou o banco Itaú por fornecer crédito consignado acima das possibilidades dos endividados crônicos. “Não se trata de fazer apologia à figura do mau pagador ou de instituir o calote público, mas de analisar a responsabilidade financeira pela má concessão de crédito em valor muito superior à capacidade de endividamento do cliente”, afirma o relator, o desembargador Marcos Torres. Segundo especialistas, os idosos são as maiores vítimas nesses casos. (Fonte: IstoÉ) 

A inversão de valores e o menosprezo de que toda decisão de compra envolve riscos, favorecem a contração de dívidas e, muitos portadores desse transtorno, podem chegar ao ponto de obrigarem familiares a dispor de grandes quantias financeiras, bens e até da casa própria.





Consequências

Muitas pessoas recorrem a agiotas para suprir os gastos, o que só faz aumentar as dívidas e piorar ainda mais a situação; enfrentam sérios prejuízos nos relacionamentos conjugal, familiar e profissional e, não raro têm nome incluído em empresas como o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e SERASA. E nos casos mais graves chegando até o suicídio já que não conseguem mais aguentar sua próprias frustrações. Muitas instituições não contratam candidatos cujos nomes estão incluídos nos cadastros do SPC e SERASA e, algumas demitem funcionários nessas condições, sem esclarecer os reais motivos do desligamento da empresa. 

Tratamento: 
Cresce cada vez mais o número de pessoas que procuram ajuda psicológica ou psiquiátrica para controlar o consumo compulsivo, para isso é preciso ajuda de diversos profissionais, psiquiatra, psicólogo, consultor financeiro e muito apoio da família.

Primeiro passo é admitir a doença e deseja se tratar. A parte psiquiátrica é feita à base de medicação, que normalmente é antidepressiva, porque para todos os tipos de compulsão o remédio é o mesmo. Já a parte psicológica, é feita com sessões de psicoterapia e por fim a ajuda de um consultor financeiro que irá aos poucos organizar as finanças pessoais do paciente. Outra opção de tratamento é buscar ajuda junto aos  Devedores Anônimos (DA), trata-se de uma irmandade de homens e mulheres que compartilham sua experiência, força e esperança com cada um que possa ter problemas em comum e ajudam uns aos outros a se recuperarem do débito compulsivo. Funciona dentro dos moldes dos Alcoólicos Anônimos, nela procura-se trilhar os 12 Passos e as 12 Tradições, a fim de conseguir a recuperação.

Onde buscar Ajuda:
Rio de Janeiro
Igreja Santíssima Trindade
Rua Senador Vergueiro,141- Flamengo


São Paulo 
Igreja Nossa Senhora Perpétua do Socorro
Rua Sampaio Vidal, 1.055 - 1° andar - Jardins - São Paulo/SP


Igreja Santa Ifigênia
Rua Santa Ifigênia, 30 - Centro - São Paulo/SP


Paróquia São Luís Maria de Mont Fort
Rua Dr. Carmelo D' Agostinho, 149 - São Paulo/SP

PRO-AMITI - Serviço do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP
R. Dr. Ovídio Pires de Campos, 785 - São Paulo

Para acessar a primeira parte do texto Oniomania clique aqui.


Fontes: 

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